quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Que o acaso é amigo.



A aula hoje acabou mais cedo. Só era preciso fazer uma rápida atividade e entregar, e Carlos se esforçou para fazer isso o mais rápido possível.

Sabia que seu primeiro ônibus sairia ao meio dia, e o próximo somente às 13 hs. Concentrou-se tanto, q esqueceu de olhar as horas no relógio, e quando entregou o trabalho era exatamente 12:05. Perdera o ônibus por cinco minutos, e não havia outra escolha senão esperar o próximo. Na verdade estava até acostumado a esperar no ponto, suas aulas que geralmente terminavam meio dia e meio, lhe davam um tempo de espera de vinte e cinco minutos, já que o ponto de ônibus ficava à cinco minutos dali. Tudo muito sistemático e sem graça.


Desceu as escadas devagar, e saiu na rua. Viu como sempre a construção do alto prédio q já se acostumara a ver na frente da faculdade, ficou olhando os blocos ainda crus e amontoados, sem saber como poderiam ter tido tantas forças para erguer tijolo por tijolo...

Ora - pensou ele -, todas as coisas são construídas devagar, a vantagem do prédio é ter muitas mãos à disposição... Enquanto a minha vida é construída apenas por minhas duas mãos...

Indiretamente este pensamento de Carlos o fez lembrar de o quanto estava se sentindo só ultimamente. Tinha bons amigos na faculdade, tinha amigos divertidos no bairro de casa, mas nenhum poderia suprir a falta que sentia de uma companhia feminina. Vez ou outra passava por mulheres interessantes na faculdade, e ensaiava um olhar discreto, mas no qual pudessem percebê-lo. Nunca obteve sucesso com isso. Seus amigos já eram mais escrachados nos comentários, mas sabia q seu ponto de vista era de longe muito diferente.


Havia chegado no ponto de ônibus ao meio-dia e dez, e sabia q aqueles cinqüenta minutos iriam parecer demorar muito mais tempo que isto.

Olhou mais uma vez por puro costume em direção ao sentido em q o ônibus viria, mas sabendo que faltava ainda muito. Sem querer acabou reparando numa garota que também estava no ponto de ônibus, de cabelos curtos e loiros, pele clara, jeans desbotado e camisa listrada, estava sentada em uma corrente de plástico que servia como proteção a uma escola, e se balançava como criança, olhando pro chão sem o mínimo receio de a corrente se quebrar, e levar um vexatório tombo.

Aquilo lhe pareceu tão infantil e interessante q passou a discretamente olhar a menina. Nascia ali mais uma paixão platônica de Carlos, como já acontecera em outras ocasiões, com garotas que ele nunca havia visto.

Sabia q era impossível chegar e falar qualquer coisa com a garota, mas ainda assim, ficava fantasiando o nome dela.

_Acho q Maria não combina muito... Talvez Ana, ou Elisa...

Usou novamente o habito de olhar a rua, e notou q vinha um ônibus municipal. A garota viu e apressadamente levantou-se e lançou as mãos em sinal q o motorista parasse. Carlos ficou olhando a garota subir para o ônibus e parar em frente ao motorista por um tempo até q o ônibus saísse, e seguisse destino por dez metros, até Carlos ver a garota descer do ônibus.

Vinha andando de volta ao ponto de ônibus com olhar cabisbaixo, e aquilo fez com que ele sentisse compaixão, preocupado talvez de a garota estar sem o dinheiro da passagem. Ele tinha alguns trocados ainda no bolso, isso fez com que tomasse uma atitude que normalmente não tinha coragem de tomar.


_Oi, desculpa perguntar, mas... ta tudo bem?

Ela levantou a cabeça, procurando novamente pelo transito.

_Ah... é q eu moro aqui há pouco tempo, e ainda tomo ônibus errado... - comentou a garota com voz disfarçando segurança.

_Não se preocupa, você se acostuma rápido. - sorriu ele.

_Pois é... Tomara!

Meio dia e vinte e oito; um minuto no silencio dos dois, e ele já havia olhado pra ela pelo menos cinco vezes.

_Você vai pra onde?

Carlos se assustou, ela estava puxando assunto.

_Ah eu moro meio longe, to esperando meu fretado.

_Onde?

_Em Itanhaem.

_Conheço Itanhaem!

Os avós dela moravam no Cibratel, e ela gostava de ir alguns finais de semana subir o morro e ver o por do sol. Carlos tentou lembrar se já não havia visto ela por lá, já que sempre fazia a mesma coisa.

_Prazer, Carlos.

_Oi Carlos, prazer, Bia.


O papo se desenrolou rápido, e ambos viram que tinham muito em comum, estudavam Comunicação Social, ele Publicidade numa particular, ela Jornalismo na Unifesp, gostavam de Mombojó, e até mesmo se identificavam com Joel Barish.

Tudo muito perfeito. Platonicamente.

Carlos se preocupava agora com a rapidez do tempo. Faltavam dez minutos pro seu ônibus, e o tempo passou a voar. Ela não parava de desenrolar assuntos do interesse dele.

Perguntou se ela sempre pegava o ônibus por ali, ela respondeu que sim, mas que excepcionalmente hoje estava naquele horário, pois sempre passava um período maior na faculdade.

Ela já nem olhava pra rua procurando o seu ônibus, parecia querer ficar ali até que Carlos partisse, pois já havia perguntado se o ônibus dele já estava por vir...

Carlos percebeu que nem havia se importado em reparar nas curvas da menina - na verdade não conseguia tirar os olhos dos olhos dela.

Perguntou a ela quando ela iria novamente pra Itanhaem, ela disse q iria apressar uma ida. Ele sorriu.


Parecia improvável demais que aquilo estivesse acontecendo. Mas estava. Estava com uma garota no qual sabia qual musica ouvir junto, ter assunto acadêmico em comum, e ainda, saber onde poderia encontrá-la. Finalmente ele estava se sentindo à vontade com uma garota, mais que à vontade e não sabia explicar. Trocaram telefones.


O Ônibus prateado dele já despontava na avenida, ele viu, e ela prontamente percebeu a ida...

Carlos se aproximou e beijou-lhe o rosto sem tirar os olhos um só segundo dos olhos dela, disse q seria bom falar com ela novamente. Ela concordou.

Ouviu a buzina apressada do motorista, e o tempo pareceu voltar ao lugar...

O tempo parecia ter parado naqueles olhos esverdeados...

Ele sentou e ficou olhando ela até onde a partida permitiu. Ela retribuiu.


Existe sempre uma diferença entre destino e oportunidade, ele sabia disso, mas sabia também q certas coisas não são necessárias explicar.

É preciso deixar o tempo fazer as honras.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Desequilibrio Inverso.



Pra me tornar inverso ao que as pessoas desejam, eu faço aquilo que eu sei melhor. Pq na verdade, eu não sou nada do que ninguém deseja. E as pessoas acham de ver com um olhar triste. Não acho que seja assim. Não. Talvez verdadeiro demais pra ser julgado como triste.

O tom escuro eu escolho pq combina com qualquer coisa, com qualquer cor. É impossivel combinar verde com vermelho sangue, já o escuro não, ele tem tendencia própria, engole e edita tudo o q está a volta, é a cor da noite, é a morada da lua. É a cor do céu onde dá pra ver as estrelas sorrirem.

E tudo está inverso como no nascer daquele Janeiro, me sinto incapaz de sentir nostalgia pela maior parte das coisas que aconteceram a partir daquele Janeiro. Foi a linha de largada pra andar por paisagens que se misturaram demais, ficaram confusas demais até pra mim mesmo. Ambiente carregados e sóbrios demais pra espaços tão pequenos. Mas ainda não é hora pra restrospectivas.
Enfim. To confuso com isso tudo ainda. Talvez a comunicação ainda precise ser o meu forte.
Preciso dos 500 dias com ela num fim de semana, e tantas outras historias que eu desejo ver acompanhado dos olhos dela.
Não quero que nada seja pouco.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Lê dentro de mim no escuro.


Às quatro da manhã ele gritou e vibrou, cantou só pra mim. Era meu rito de despertar. Mal pude levantar a cabeça, e despencar o braço desligando ele por um tempo. Meus olhos eram mais pesados que qualquer despertador, fechei eles sem perceber de novo, e a hora passou rápida e com raiva.
Tenho brigado comigo mesmo nessa nova rotina de dormir minhas três horinhas diárias. Confesso que venho falhando no embate. Nem meu prazer de estar empregado novamente, fazendo algo que soa como brincadeira de criança faz com que meu corpo me obedeça sempre. Mas é só o começo.
Isso pode ser bom ou não.

Tenho percebido que uma coisa empurra a outra. Um copo de cerveja no boteco, onde vc olha pro copo e enxerga sua memória através dele pode ser bem vindo. Usar estas lembranças é q vai fazer alguma diferença.
Não se pode dizer: Ah, eu não lembrava.
Se sua carência te leva por um caminho e vc aceita, então vc é consciente de suas escolhas. Mas essas coisas são complicadas, tem muito mundo no mundo.

Hoje eu só queria sentar em meio aquela calmaria, sentir a água salgada lavando minha alma, olhar pro céu e não fazer pedido nenhum. Só agradecer.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Uma árvore de uma unica flor.


Uma árvore que só é capaz de produzir e manter uma única flor.

Muitas pessoas tentam rega-la, e ela cresce, se torna forte, mas sabe q sua saúde veio das chuvas que a vida lhe trouxe.

Algumas pessoas vieram e regaram suas raízes por pouco tempo, insuficiente pra deixar nostalgia.


Alimentou suas esperanças nas asas passantes daquela borboleta que sobrevoava sempre as flores vizinhas. Vez ou outra balançava com o vento tentando alcançar a borboleta com as pontas dos galhos, mas sempre foi insuficiente. Derrubava folhas secas de tristeza, pois sabia que o colorido da primavera nunca o alcançaria sem q a tal borboleta lhe tocasse. Nunca havia produzido uma flor sequer.

Procurou de diversas formas chamar a atenção, mas foi inútil. Sentia-se com as cascas lhe cobrindo o coração, e não havia nada mais que pudesse despertar tua alegria.


Certa manhã acordou com uma surpresa: a pequena estava parada sobre um de seus galhos mais finos e mais distantes. A arvore acordou e fez de todo o possível para sentir as pontinhas das pernas da tal, e o ventinho que havia de sair do balançar daquelas asas azuis. Ficou imóvel, e implorou em pensamento para que o vento não viesse soprar àquela hora.

Depois de contemplar a tal borboleta por alguns instantes, para a tristeza de seu coração, a pequena saiu em vôo pelos arbustos vizinhos. A arvore ainda esperou durante todo o resto da manhã, na plenitude do sol vespertino, e na leve brisa do entardecer.

Ela não voltou. Não voltou nunca mais.

Mas as lembranças dos toques leves daquelas perninhas ainda iriam ficar pela tua lembrança durante toda a sua vida. E não haveria sopro de vento mais doce do q aquelas brisas mínimas q saíam daquelas asas.

Mas algo aconteceu. Os frutos que nunca haviam saído do seu coração, começaram a aparecer um a um, desenhados com a cor mais vermelha que se pode imaginar, tal qual coraçõezinhos desenhados na infância com giz de cera.

O milagre chegou após anos de espera por aqueles minutos preciosos.


Aprendeu que o que fez a diferença, não é a longa espera triste pelo utópico amor que esperava ter, mas os poucos segundos que recebeu nos beijos delicados e verdadeiros daquela borboleta.


A paciência será sempre amarga, mas seus frutos serão sempre doces.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

No silêncio, não no vazio.


Eu sei que te machuca, mas dói ainda mais em mim, pq ele nasce em mim. Emudeço minhas palavras, e a minha comunicação calada traz o incômodo do desconhecido. Não saber o q se passa na cabeça de alguém de quem se tem saudades não deve ser fácil. Fico brincando com meus devaneios a lápis, e considero que uma folha de papel em branco é triste. Me perco na tua ultima frase, e pareço perdido num paralelo desconhecido até pra mim. Você me percebe neste vão e algumas luzes de duvidas acendem na tua cabeça, e a tua afirmação chega a me doer:
_Ligue quando quiser conversar.

Talvez tenha realmente ligado numa hora nem tão boa para falar. Mas não poderia desprezar qualquer das oportunidades singulares de te ouvir.
Meus olhos ficam distantes, e agora imagino os teus próprios olhos distantes, tua boca semi-aberta, e a expressão desconfiada. Tenho milhões de frases que poderia te dizer naquele segundo, mas um resumo beijado te entregaria melhor tudo o que eu não sei dizer. Mas não deixo de sentir.

domingo, 18 de outubro de 2009

Solto.


Tudo ficando menor, tanto q o mundo caberia no copo d’agua q eu tomei pra matar minha sede de vc.
Qualquer vento a minha volta tem de ser fresco depois daqueles instantes remexendo em coisas q só vc sabe onde encontrar.
Vi a bagunça q ficou no chão. Vejo o fone de ouvido caído num lugar onde não lembrava ter deixado, o cinzeiro virado aos pés do sofá, meu travesseiro jogado onde não costumo dormir, as roupas espalhadas.

Sinto seus olhos em cima de mim e me sinto bem, quero q vc passeie com eles por quantas vezes quiser pelo meu corpo. Esse caminho é teu.

Vou ficar no chão olhando o teto, e ver o filme q eu quiser nele, posso inventar o final q eu quiser. Mas nunca haverá um.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mr. Barish


Começou com o som do contra baixo acompanhado do piano.
Sentei e abri a caixa, e tudo caído sobre a cama me trazia algumas lembranças que eu coleciono, mas q havia deixado meio de lado. Tudo avançou como outro'ra havia desejado, e por conta disso esqueci do começo.

As coisas começam sempre meio confusas, e o tempo se encarrega de tudo, o tempo e o carteiro.
O carteiro é amigo do tempo, ele pode acelerar algumas coisas, ou manter o atraso, manter a saudade.
O tempo só é amigo de si mesmo, e de quem ele escolhe num minuto - mas só num minuto, pq pra ele nem faz diferença.


Comecei a reler as coisas que vc me escrevia. Tanta ternura, e um toque leve de beijo nos meus olhos. Comecei a relembrar das tardes e noites, do silencio absoluto do mundo pra q eu pudesse te entender.
Coleciono de vc, mais do q palavras, mais do q presença, pq vc já é parte de mim, está comigo mais viva do q eu mesmo me sinto.

Me sinto confuso hoje, e as ultimas batidas leves já vão sendo deixadas nos pratos sonoros, as letras já estão desaparecendo da tela, ele chora e joga a fita k7 pela janela. Está confuso, e o filme vai começar com ele assim. Temos muitas coisas em comum, e me sinto como uma caricatura disso tudo.

Não consigo me desprender das cartas que continuam na minha mão, mas não vão ser mais lidas hoje. Vão voltar pra caixa de sapatos no meu guarda-roupa, outra hora elas vão voltar trazendo mais alegria. Vão dispensar a tristeza q hoje eu trouxe a elas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Desenhos na folha de areia.




Esfregou as mãos ao chegar à praia.

Estava frio, como as tardes do inicio de primavera costumam ser.


Olhou ao redor da areia, não viu nem ouviu nada a não ser o som das ondas q correram por todo o mar pra descansar na areia.

Partiu em andança. Foi descendo o barranco de areia fofa até chegar às margens do mar, e afundou os pés rumando em direção ao sol. Não tinha nada na cabeça, exceto ela.

Imaginava ela ali, de mãos dadas às suas, ouvindo mais uma vez o som do mar quebrando, como quisera demonstrar naquele dia do seu aniversario.


Não havia nada q lhe desse maior paz do q aquele instante, podia ver o sol se pondo ao oeste, podia sentir o vento terral acariciando as ondas de frente, podia ainda ouvir o som daquela voz quando fechava os olhos.

Sentou-se na areia perto de algumas gaivotas q corriam de um lado para o outro como se estivessem brincando, e ficou olhando o infinito. Um dia iria tão longe para buscá-la quanto aquele barco q se aproximou do horizonte.


Escreveu mais uma vez aquele nome na areia, riscou desenhos de uma casa, de algumas flores e de um casal sentado na beira do mar.

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sábado, 3 de outubro de 2009

O Cara.


Esse é O Cara.

Não sei como pude passar tanto tempo sem ouvir suas músicas, talvez por ser as vezes tão pouco comentado por pessoas próximas, nunca tive mais do q um interesse distante em conhecê-lo, até q ouvi João e Maria, e quis saber mais, e um pouco mais, e fiquei deslumbrado.

Me senti um dos caras mais atrasados do mundo por ainda não tê-lo ouvido, mas enfim, todos sempre estamos atrasados pra tantas coisas...

Chico fala fácil das coisas q imagino q muitas, senão todas as mulheres gostariam de ouvir.
É um galanteador nobre, levanta fácil o céu estrelado acima dos telhados, e suas musicas se transformam em barcos q as levam sabe-se onde...

Ah, mas muitas pessoas devem ter dito essas coisas já. Vou só estar sendo repetitivo.
Só estou feliz mesmo, por saber q ainda tem tantas outras dele pra descobrir.

E na boa, todos os caras teriam mais sorte se enxergassem as mulheres como ele enxerga...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Primeiro e último?


O que teria sido de mim se tivesse sido feliz pra sempre com meu primeiro amor?


O q seria de mim sem os sofrimentos acumulados ao longo da vida, sem as frustrações q aprendi a colecionar, quando aprendi a colecionar também amores durante a escola, amores pelas vizinhas, amores pelas meninas q mantinham o sorriso no rosto pq era parte de seu oficio, não pq queriam dar isso a mim. Eu sempre me apaixonava muito fácil, viajava nos olhares desencontrados q eram trocados dentro dos ônibus, nas lojas, nas ruas. Platônico sempre foi meu segundo nome.


Meu primeiro amor seria meu único amor, minha única fonte de inspiração, meu único enredo para histórias q me cercariam durante toda a vida, a minha única referencia do q é amar ou sofrer, a única dona das minhas noites sozinho, arrependido no quarto, ou ainda esperando pelo arrependimento dela, a única a receber minhas ligações e sms pela madrugada, a sentir meu hálito de vinho no seu pescoço, na sua boca, na sua pele.


Seria minha única experiência, e meu mundo se resumiria a ela, e a lutar pelo seu coração todos os dias da minha vida.


Talvez eu até pudesse ser feliz desse jeito, acumularia menos sofrimento, menos frustrações diferentes, mas também, poucas possibilidades de conhecer todas as faces do meu coração.


Talvez tenha sido melhor mesmo eu ter a deixado brincando sozinha naquele parque da escolinha, deixando q toda a experiência dos meus sete anos de idade me permitissem esquecer de tudo na primeira hora que pegasse no sono, exceto daquela vontade incontrolável de segurar na mão dela e ficar sem entender nada...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Asas .

Fiquei olhando pra ponta dos cabelos tingidos de preto dela, e pensando como eu iria dizer q tava novamente pensando em mudança...


Minha avó não é muito favorável a minha mudança. Ela vem se queixando e demonstrando ultimamente q se sente um pouco só.

Minha família é uma família que tem o dialogo muito aberto, partindo já da minha avó. Minha avó aos 60 e tantos anos, se queixa da falta q o paquera dela vem fazendo a ela. Paquera é um tipo carinhoso q ela usa ao se referir ao namorado dos últimos 20 anos. Ela nunca gostou de usar termos como Marido. Talvez por ter se casado uma única vez, e não guardar nostalgia alguma desse casamento. Ela prefere se lembrar do paquera dela, e usar dessa palavra q soaria estranho na boca de um jovem dos tempos atuais, mas q soa quase como uma gíria moderna saindo da boca dela.


Tenho muito medo de deixar minha avó sozinha, neste tempo q voltei à convivência com ela, pude reparar como pode ser ruim sentir o tempo passar rápido pra algumas pessoas.


Queria q o tempo passasse muito mais rápido pra mim do q pra ela, queria chegar ainda aos 50 anos de vida ouvindo ela me chamar de filhotinho, tal qual uma grande mãe guarda seus filhos debaixo das grandes asas. Asas de anjo.


Não sei ainda de que forma direi a ela, minha vida vem gritando por mudanças. Queria q não fosse assim, queria ter as asas pequenas, mas minha avó mesmo me disse certa vez q as asas só tem valor se servirem pra te fazer voar. Ela q já voou tanto nessa vida sabe bem o q diz, mas fico num incerto dilema, se saio e uso as minhas, ou se continuo me protegendo nas dela.




sábado, 19 de setembro de 2009

Prometo.



ele. diz:

vamos ser aqueles casais q as pessoas quando vêem um sozinho , têm q perguntar do outro, pq ficou impossivel desassociar

*eu vou escrever teu nome na casca de uma arvore

*e vou assoprar no vidro do metrô pra escrever tambem

*eu vou cantar uma musica pra vc, sem vc estar perto pra ver

*eu vou correr pra casa, só pra ficar menos tempo longe de vc

*e vou te buscar no trabalho

*vou te levar um sonho no trabalho

ela diz:

*jura?

ele. diz:

*vc vai reclamar de mim, pq vai achar q quero te deixar gorda

*eu vou rir e vou te beijar

*e vou morder um pedaço do teu sonho

*juro

*vou escrever coisas q só eu entendo

ela diz:

*te amo muito mesmo

ele. diz:

*vou passar a madrugada inteira acordando de hora em hora, preocupado em levantar primeiro pra te levar o café na cama

eladiz:

*tenho certeza que meus problemas do dia a dia seriam menores se eu chegasse em casa e tivesse vc lá

ele diz:

*e vou buscar o jornal, e vou ouvir seus comentarios sobre economia

*vou ver um anuncio de propaganda e perguntar o q vc acha

*pq sua opinião é importante

*eu te amo demais

*vc é meu copo de leite quente nessa noite fria

*hahaha

*q brega isso

*haha

*sem vc fica impossivel, sem vc eu não posso nem ser eu mesmo...

sábado, 12 de setembro de 2009

Música do Dia


Postcards From Italy - Beirut

The times we had
Oh, when the wind would blow with rain and snow
Were not all bad
We put our feet just where they had, had to go
Never to go

The shattered soul
Following close but nearly twice as slow
In my good times
There were always golden rocks to throw
at those who admit defeat too late
Those were our times, those were our times

And I will love to see that day
That day is mine
When she will marry me outside with the willow trees
And play the songs we made
They made me so
And I would love to see that day
Her day was mine


http://www.youtube.com/watch?v=RjzVbXeD_8E&feature=related

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Paciencia é amarga, mas seus frutos são doces.


As vezes a ansiedade bate forte e vc se pergunta: Será q só eu vou ficar sozinho?
Enquanto os amigos aproveitam suas noites ao lado de alguem com quem nem pensam trocar a cia, vc está sentado no seu sofá, bebendo um copo de vinho e ouvindo alguma musica nostalgica, q toca em pontos fortes de sua carencia.
Querer estar com alguem tem de ser algo especial. Acho mesmo q tem de vir depois de alguma espera, por mais torturosa q seja a tal espera. Pois assim, sua espera terá mais sabor ao ver que a pessoa que vc aguardava lhe fez perceber o quanto valeu a pena esperar.

Talvez isso doa um pouco, talvez sua impaciencia e ansiedade se misturem e gritem na sua cabeça, e o coração vez ou outra doa, mas vc sabe que no fundo, no fundo, pode valer a pena. E vai valer. Por mais utópico que seja, sempre haverá alguem á sua espera - como vc tanto tem esperado. Pode ser a pessoa que vc nem imagina q é, mas q ronda seu dia a dia, pode ser alguem q vc nem sonha q exista, mas tenho certeza que como vc, ela vem sonhando a mesma coisa, te imaginando, sem saber ao certo como vc é.
Ou ainda melhor q tudo isso,se vc for uma pessoa de sorte, pode ser alguem q vc sabe q existe, e q tambem sabe da sua existencia, estando os dois apenas esperando o melhor momento de extinguir qualquer distancia.

Não se censure de sonhar, junte os pedacinhos de algodão que surgem na sua vontade, e sopre-os para o vento, despejando nele um pouquinho do seu perfume, e deseje q este algodão caia em frente a quem está parada na porta, sempre a lhe esperar.

=)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Rema, meu camarada, rema
ainda q sua força nem te tire do lugar
as aguas novas é q vem lavar
e levar
teu barco.


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Acima de tudo...

sábado, 15 de agosto de 2009

La Banlieue



Eu nunca fui bom em entender muito. Se algo me preocupa, eu logo olho pro lado procurando os olhos de alguém que me responda.

Desde que vc chegou, eu nunca entendi muito, e em todas as vezes q eu olhava pro lado procurando os olhos respondedores, nenhum era capaz de me fazer entender o q eu queria. Porque tudo o q eu eu queria entender estava nos olhos q eu não podia ver com os olhos.



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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pijama.




O céu mudou de cor pq vc deixou.
Visitaram meu quintal as flores cor de rosa q caíam do céu ,q eu havia desenhado pra vc.
Seus presentes nas minhas mãos, tinham o perfume doce q desejo encontrar na origem.
Visitarei ainda esse teu céu ocupado com uma maria fumaça flutuante. Na chaminé dela sairá este perfume teu, o barulho dos seus trilhos será embalado pelo seu sotaque doce.
Serei viajante na tua vontade , embalado no aconchego do teu colo, ouvirei teu canto feminino distraído e dançaremos juntos envoltos nesse teu manto rosa, leve, q cerca teu corpo, mas me presenteia com essa sua nuca doce á minha espera.



Prometo.