segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Voce é...


­Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, Cibratel, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia. Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê.

Você é o que ninguém vê.

Martha Medeiros

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A mulher Ideal



A mulher ideal sempre esteve muito clara na mente de Carlos.Ao longo dos anos, essa mulher sofreu algumas modificações, ou aperfeiçoamentos como ele prefere dizer, mas nunca fugiu de sua origem.

Além de bela, ela é inteligente. Ao contrário de outras mulheres cultas que já namorou, não é arrogante e elitista. Pelo contrário, é uma parceira compreensiva e extremamente humana. O seu maior traço é a humildade.
Despojada, consegue ficar estonteante com um All Star sujo, uma blusa branca da Hering e uma calça jeans das Pernambucanas. Não precisa de maquiagens fortes e roupas extravagantes para chamar atenção. Seu melhor perfume é o cheiro da sua pele.

É volúpia, mas apenas na intimidade. Consegue fazer loucuras na cama e demonstrar total experiência quando o assunto é sexo, sem que isso a torne vulgar. Apaixonante, satisfaz Carlos por completo, anula a tentação do adultério.

Independente, trabalha fora e conquista com facilidade seus planos profissionais. Leva uma vida estável. Demonstra através de pequenas atitudes como é fácil alcançar a felicidade.

Sabe preparar um almoço especial, um café da manhã caprichado, um jantar inesperado. E mesmo assim, nem de longe lembra aquelas mulheres submissas, que sentem prazer em ser Amélia, em fazer sacrifícios pelo marido. Consegue fazer tudo com prazer.

É versátil. Assiste apresentações de grandes orquestras e de bandas de punk rock, é fã de cinema e de peças teatrais, mas também adora ficar em casa, apenas curtindo a companhia do parceiro.

Sob os lençóis da cama, com a cadela de estimação aos seus pés, fica durante horas abraçada com Carlos, trocando caricias e palavras de amor. Atinge o nível ideal de intimidade, consegue alegrá-lo com programas triviais, como um passeio matutino pela orla da praia. Não precisa de programas mirabolantes e luxuosos para manter o calor do namoro. Transforma a tal da rotina, tão criticada pela maior parte dos casais, em algo nostálgico e charmoso.

Para Carlos, seu único e grande defeito é o fato dela não existir. Pelo menos, por enquanto. Já tentou encontrá-la em filas de banco, nos corredores dos supermercados, em mesas de bar e no corre-corre da maior metrópole da América Latina. Mas até hoje nunca a encontrou. É como se estivesse sempre de costas, na direção contrária. É como se estivesse sempre distraída, alheia ao destino preparado para ela. Como se não quisesse ser descoberta.

Cansado, Carlos foi deixando de lado seu ideal. Seu Muro de Berlim desabou. Para os amigos o seu nível de exigência foi sempre muito exagerado. Não que eles também não desejem uma mulher interessante, que ultrapassasse o senso comum, o habitual. Mas esse desejo nunca os impedira de sair com mulheres superficiais.

Agora, Carlos leva uma vida sem grandes expectativas. Não se preocupa em encontrar uma cara-metade. Só deseja se divertir. Sai com os amigos, toma a sua cerveja, fuma o seu cigarro de forma despretensiosa. Seu olhar indiferente, distante, já se tornou uma marca. E as mulheres gostam. É uma questão de honra descobrir por que aquele homem é tão diferente.

Evita relacionamentos duradouros e sólidos. Só vive de relações fugazes. Nunca se envolve com as mulheres mais de uma vez. Não as leva para a sua casa, evita qualquer atitude que possa indicar cumplicidade.

Viverá desta forma até que o famoso quadro que agora vive nas profundezas dos seus desejos, possa se transformar numa forma que o leve a entender que tudo é apenas questão de sorte.Muita sorte.

domingo, 21 de dezembro de 2008

O Escafandro e a Borboleta


Recomendo. Um filme Francês q promete mexer bastante com as emoções do espectador. Uma História de um homem q vai parar no hospital vítima de enfarto. Começa então um tratamento aonde consiste fazer com q ele comunique com as pessoas por meio de piscar de olhos.
Ao longo do filme ele começa a descrever td aquilo q sente com o auxilio de uma médica q vai soletrando algumas letras e com o piscar de olhos do homem , vai escrevendo um livro...
Merda, sou ruim pra caramba com crítica.
Mas assista ao filme pq vale a pena.
Ah, mais uma ótima sugestão da Su, pra variar.

sábado, 20 de dezembro de 2008



Gostaria de apresentar minha amiga Lucélia Santos aos seus dezesseis anos. Ela resolveu vir dos anos 60 pra me dar boas dicas de filmes pro fim de semana.

Obrigado Lu, alma caridosa. Logo mais Papai Noel desce por ae com o Rudolf.

=)

Gotas de explicação




Uma gota de chuva faz vc sentir q todas as outras virão em busca desta.


É tão simples de sentir, a cabeça logo percebe e tudo o mais parece apenas virar uma consequência.




Muitas vezes estragamos as boas consequencias do inexplicavel pelo simples fato de tentar explicá-lo. E sempre bate aquela vontade de parar o relógio, e tentar refazer tudo de novo.E errar tudo de novo, mas tentando fazer de uma forma q ainda de pra consertar...




quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Flawless victory



Ele ja sabia q não ia dar.O que diferenciava a sua algoz não era a força, mas a estabilidade de manter tudo o q sente. Ele é apenas mais um q está sempre em devaneios. Sabia q era uma luta desigual.

Na franqueza dos espectadores, todos ja sabiam no q ia dar. Apesar das sucetivas esquivas do menos condicionado-mas não menos valente- o resultado foi dos piores.

Pois é, quem manda entrar no ringue com coração aberto? Tudo foi esmagado com golpes leves , com peso de flor, e leveza de butterflies. Não deu nem pro gasto.

Caído no chão do ringue a céu aberto, o q lhe resta é ficar olhando as estrelas, e escolher uma pra ter como uma lembrança ruim.

Mais uma vitória da menina de todos e de um só.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Cara Valente - Maria Rita



Não, ele não vai mais dobrar
Pode até se acostumar
Ele vai viver sozinho
Desaprendeu a dividir...
Foi escolher o mal-me-quer
Entre o amor de uma mulher
E as certezas do caminho
Ele não pôde se entregar
E agora vai ter de pagar
Com o coração
Olha lá!
Ele não é feliz
Sempre diz
Que é do tipo Cara Valente
Mas veja só
A gente sabe...
Esse humor
É coisa de um rapaz
Que sem ter proteção
Foi se esconder atrás
Da cara de vilão
Então, não faz assim rapaz
Não bota esse cartaz
A gente não cai não...
Ê! Ê!Ele não é de nada
Oiá!!!Essa cara amarrada
É só!Um jeito de viver na pior
Ê! Ê!Ele não é de nada
Oiá!!!Essa cara amarrada
É só!Um jeito de viver
Nesse mundo de mágoas...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008



Queria apenas saber ser um pouco mais chato e tagalerar todas as coisas que penso quando fecho os olhos e sua imagem nasce.

Meu anjo =)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Doce Dança



Vem vestida com véu cor de vinho, na borda de sua longa saia posso notar as flores. Cada uma costurada displicentemente á seu gosto - imagino que não tenha se dado ao trabalho de tirar o vestido para faze-las, fez sutilmente e mal sentiu quando pingou uma gota de orvalho avermelhado, num deslize da agulha em seu dedo.

Costumou a si mesma ter aquele ar febril de escalar o topo do próprio coração, e deixar por la todos os avisos de precaução que poderia levar a ser intocada.E isso é seu excesso de auto-proteção. Ou mesmo proteção alheia.


Mas vem dançando num baile mudo.


Me faz aceitar a condição de ser o que eu não escolhi naquele momento, e se pudesse escolher, seria a linha colorida que borda uma flor na outra no rodar despreocupado de seus pés.

Não me importo de ficar aqui, e olho com o cuidado desnecessario daqueles que gostariam mesmo é de serem tomados pelo descuido.

Vem pra me julgar, apertar entre as mãos o botão de flor, fazer derreter em suas mãos para que vire um mel descabido, invertido e indiferente ao cheiro do toque de sua força.

Dispenso qualquer preventivo que me venha distorcer a ilusão que é tomada, escrita e escolhida por eu mesmo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Last Lap

A última volta parece ser a unica em q vc realmente sente todo o universo a sua volta. E todo ele parece estar te rodeando naquele momento, e vc sente-se orgulhoso de pelo menos por um minuto se sentir tão filho de Deus qto todos os outros mais sortudos q estiveram no caminho ja passado.

Talvez se eu saísse andando pelas outras pedras e fosse pisando leve no mar, eu conseguisse estar tambem em comunhão comigo mesmo.

Este é o meu lugar , o meu interior visto a olho nu.
Isto sou eu.