quinta-feira, 29 de outubro de 2009

No silêncio, não no vazio.


Eu sei que te machuca, mas dói ainda mais em mim, pq ele nasce em mim. Emudeço minhas palavras, e a minha comunicação calada traz o incômodo do desconhecido. Não saber o q se passa na cabeça de alguém de quem se tem saudades não deve ser fácil. Fico brincando com meus devaneios a lápis, e considero que uma folha de papel em branco é triste. Me perco na tua ultima frase, e pareço perdido num paralelo desconhecido até pra mim. Você me percebe neste vão e algumas luzes de duvidas acendem na tua cabeça, e a tua afirmação chega a me doer:
_Ligue quando quiser conversar.

Talvez tenha realmente ligado numa hora nem tão boa para falar. Mas não poderia desprezar qualquer das oportunidades singulares de te ouvir.
Meus olhos ficam distantes, e agora imagino os teus próprios olhos distantes, tua boca semi-aberta, e a expressão desconfiada. Tenho milhões de frases que poderia te dizer naquele segundo, mas um resumo beijado te entregaria melhor tudo o que eu não sei dizer. Mas não deixo de sentir.

domingo, 18 de outubro de 2009

Solto.


Tudo ficando menor, tanto q o mundo caberia no copo d’agua q eu tomei pra matar minha sede de vc.
Qualquer vento a minha volta tem de ser fresco depois daqueles instantes remexendo em coisas q só vc sabe onde encontrar.
Vi a bagunça q ficou no chão. Vejo o fone de ouvido caído num lugar onde não lembrava ter deixado, o cinzeiro virado aos pés do sofá, meu travesseiro jogado onde não costumo dormir, as roupas espalhadas.

Sinto seus olhos em cima de mim e me sinto bem, quero q vc passeie com eles por quantas vezes quiser pelo meu corpo. Esse caminho é teu.

Vou ficar no chão olhando o teto, e ver o filme q eu quiser nele, posso inventar o final q eu quiser. Mas nunca haverá um.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mr. Barish


Começou com o som do contra baixo acompanhado do piano.
Sentei e abri a caixa, e tudo caído sobre a cama me trazia algumas lembranças que eu coleciono, mas q havia deixado meio de lado. Tudo avançou como outro'ra havia desejado, e por conta disso esqueci do começo.

As coisas começam sempre meio confusas, e o tempo se encarrega de tudo, o tempo e o carteiro.
O carteiro é amigo do tempo, ele pode acelerar algumas coisas, ou manter o atraso, manter a saudade.
O tempo só é amigo de si mesmo, e de quem ele escolhe num minuto - mas só num minuto, pq pra ele nem faz diferença.


Comecei a reler as coisas que vc me escrevia. Tanta ternura, e um toque leve de beijo nos meus olhos. Comecei a relembrar das tardes e noites, do silencio absoluto do mundo pra q eu pudesse te entender.
Coleciono de vc, mais do q palavras, mais do q presença, pq vc já é parte de mim, está comigo mais viva do q eu mesmo me sinto.

Me sinto confuso hoje, e as ultimas batidas leves já vão sendo deixadas nos pratos sonoros, as letras já estão desaparecendo da tela, ele chora e joga a fita k7 pela janela. Está confuso, e o filme vai começar com ele assim. Temos muitas coisas em comum, e me sinto como uma caricatura disso tudo.

Não consigo me desprender das cartas que continuam na minha mão, mas não vão ser mais lidas hoje. Vão voltar pra caixa de sapatos no meu guarda-roupa, outra hora elas vão voltar trazendo mais alegria. Vão dispensar a tristeza q hoje eu trouxe a elas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Desenhos na folha de areia.




Esfregou as mãos ao chegar à praia.

Estava frio, como as tardes do inicio de primavera costumam ser.


Olhou ao redor da areia, não viu nem ouviu nada a não ser o som das ondas q correram por todo o mar pra descansar na areia.

Partiu em andança. Foi descendo o barranco de areia fofa até chegar às margens do mar, e afundou os pés rumando em direção ao sol. Não tinha nada na cabeça, exceto ela.

Imaginava ela ali, de mãos dadas às suas, ouvindo mais uma vez o som do mar quebrando, como quisera demonstrar naquele dia do seu aniversario.


Não havia nada q lhe desse maior paz do q aquele instante, podia ver o sol se pondo ao oeste, podia sentir o vento terral acariciando as ondas de frente, podia ainda ouvir o som daquela voz quando fechava os olhos.

Sentou-se na areia perto de algumas gaivotas q corriam de um lado para o outro como se estivessem brincando, e ficou olhando o infinito. Um dia iria tão longe para buscá-la quanto aquele barco q se aproximou do horizonte.


Escreveu mais uma vez aquele nome na areia, riscou desenhos de uma casa, de algumas flores e de um casal sentado na beira do mar.

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sábado, 3 de outubro de 2009

O Cara.


Esse é O Cara.

Não sei como pude passar tanto tempo sem ouvir suas músicas, talvez por ser as vezes tão pouco comentado por pessoas próximas, nunca tive mais do q um interesse distante em conhecê-lo, até q ouvi João e Maria, e quis saber mais, e um pouco mais, e fiquei deslumbrado.

Me senti um dos caras mais atrasados do mundo por ainda não tê-lo ouvido, mas enfim, todos sempre estamos atrasados pra tantas coisas...

Chico fala fácil das coisas q imagino q muitas, senão todas as mulheres gostariam de ouvir.
É um galanteador nobre, levanta fácil o céu estrelado acima dos telhados, e suas musicas se transformam em barcos q as levam sabe-se onde...

Ah, mas muitas pessoas devem ter dito essas coisas já. Vou só estar sendo repetitivo.
Só estou feliz mesmo, por saber q ainda tem tantas outras dele pra descobrir.

E na boa, todos os caras teriam mais sorte se enxergassem as mulheres como ele enxerga...