segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Uma árvore de uma unica flor.


Uma árvore que só é capaz de produzir e manter uma única flor.

Muitas pessoas tentam rega-la, e ela cresce, se torna forte, mas sabe q sua saúde veio das chuvas que a vida lhe trouxe.

Algumas pessoas vieram e regaram suas raízes por pouco tempo, insuficiente pra deixar nostalgia.


Alimentou suas esperanças nas asas passantes daquela borboleta que sobrevoava sempre as flores vizinhas. Vez ou outra balançava com o vento tentando alcançar a borboleta com as pontas dos galhos, mas sempre foi insuficiente. Derrubava folhas secas de tristeza, pois sabia que o colorido da primavera nunca o alcançaria sem q a tal borboleta lhe tocasse. Nunca havia produzido uma flor sequer.

Procurou de diversas formas chamar a atenção, mas foi inútil. Sentia-se com as cascas lhe cobrindo o coração, e não havia nada mais que pudesse despertar tua alegria.


Certa manhã acordou com uma surpresa: a pequena estava parada sobre um de seus galhos mais finos e mais distantes. A arvore acordou e fez de todo o possível para sentir as pontinhas das pernas da tal, e o ventinho que havia de sair do balançar daquelas asas azuis. Ficou imóvel, e implorou em pensamento para que o vento não viesse soprar àquela hora.

Depois de contemplar a tal borboleta por alguns instantes, para a tristeza de seu coração, a pequena saiu em vôo pelos arbustos vizinhos. A arvore ainda esperou durante todo o resto da manhã, na plenitude do sol vespertino, e na leve brisa do entardecer.

Ela não voltou. Não voltou nunca mais.

Mas as lembranças dos toques leves daquelas perninhas ainda iriam ficar pela tua lembrança durante toda a sua vida. E não haveria sopro de vento mais doce do q aquelas brisas mínimas q saíam daquelas asas.

Mas algo aconteceu. Os frutos que nunca haviam saído do seu coração, começaram a aparecer um a um, desenhados com a cor mais vermelha que se pode imaginar, tal qual coraçõezinhos desenhados na infância com giz de cera.

O milagre chegou após anos de espera por aqueles minutos preciosos.


Aprendeu que o que fez a diferença, não é a longa espera triste pelo utópico amor que esperava ter, mas os poucos segundos que recebeu nos beijos delicados e verdadeiros daquela borboleta.


A paciência será sempre amarga, mas seus frutos serão sempre doces.


2 comentários:

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Falar de saudade é uma arte. Falar de saudade com poesia é uma arte ainda maior. Que lindo texto. "Mas as lembranças dos toques leves daquelas perninhas ainda iriam ficar pela tua lembrança durante toda a sua vida." Algumas lembranças nunca se vão. Permanecem conosco por toda a vida. Grande abraço e obrigada pela visita ao meu blog.

Anônimo disse...

Primeiro quero dizer que quem agradece sou eu..prazer inenarrável postar algo, mesmo que simples como postei, para alguém que escreve tão lindamente...pode ter certeza, mais posts virão dedicados à voce !!!
E o Chico ahhhhhh ele conhece tudo...rsrs No que tange as mulheres, acho que ele realmente pegou a receita,,,,olha isto :

Oh Tereza essa tristeza
Não tem solução
Ser mulher é muito mais
Do que pregar botão
Não vê não

(Tereza Tristeza - Chico)

Sem contar que acho que ele "desnuda" mesmo a mulher e acaba com a hipocrisia da "falsa castidade" lindamente...

Bem mas voltemos ao teu texto...meninooooooooooooooooooooooo o que é isso??? Hein?...Caramba...cada dia que passa mais me encanto com tuas escritas...meus olhos agora ficam pedindo : "Queremos passear no DU !!" rsrs
E meu coração feliz...agradece.
Essa arvorezinha parece comigo rs

Beijos.