terça-feira, 6 de julho de 2010

Persistencia da memória.


 
22 horas seguidas. Começou na segunda, às 08. Acabou ás seis. As piores vieram depois da meia noite. Hoje foram as piores. Não acabava porque não tinha sono pra acabar com isso. Era você aqui e ali. Você dormia na minha cama, eu lembrava. Lembrava de tudo. Você aqui e ali. Cabeça encostada na parede e a garrafa de Lambrusco vazia. O Bruno ali no colchão deve estranhar vendo essa cara inchada. Tentei disfarçar quando sentei na área, achei q a ligação disfarçaria, mas só desabou mais. Mais Lambrusco na garganta, efeito ineficaz. Era você aqui e ali, no meu rádio. Queria desligar o rádio, mas você estava nele. Não queria desligar vc. Por isto foram 22 horas seguidas. 22 horas seguidas com você ligada e me fazendo cantar.
Ainda durou um pouco mais. Olhando o mar calmo da minha janela, tudo ainda durou um pouco mais. Podia lavar os pés cheios de areias de qualquer um que vinha dali. Era só usar um lenço e torcer.
Me derrubou. Queria que tivesse sido só pelas 22 horas mesmo. Mas vão vir outras.