quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Nas curvas das palavras.


 Cantei a tarde toda os versos presos na minha cabeça. Volume alto, voz distorcida, olhos no horizonte.
Enquanto dirigia, as folhas das árvores balançavam pelo caminho, fim de tarde cinza combinando bem com o preto do asfalto. O Zé dorme com o corpo enrolado, farejando o vento que entra rápido pelo vidro aberto.

Carros acelerados buscavam seus destinos apressadamente. Eu sem a certeza de querer chegar no meu destino, cedia passagem com desprendimento.

Desprendimento é o q venho colecionando nas afetividades que vêm me encontrando. Estar livre e traçar uma rota de fuga com alguem que esteja na mesma situação de liberdade é o q me presenteia nesta fase.

Antes de cada coisa e cada pessoa no seu devido lugar, me posiciono numa situação confortavel, ouvindo a musica que escolhi e olhando no banco ao lado meu cachorro aproveitando o vento fresco da estrada.

Sobre liberdade, certo que acredito nas palavras curtas do Carpinejar. Liberdade é ter um amor para se prender. Mas não é situação atual e vira texto utópico na vontade de não ter pra quem chegar.

Já estive preso em outras utopias, pensar q o sentimento forte prevalece é uma delas.
Mas nas horas que se seguem do desenrolar dos dias até encontros outras. Algumas bonitas, que vem de encontro com as vontades, mas não configuram a vontade cúmplice da soma.

Liberdade é ter um amor pra escolher.

Talvez seja isso mesmo, depois de alguma curva, passeando com o cachorrinho pelo acostamento depois do cansaço da viagem, talvez embaixo de uma arvore florida, lutando contra o vento querendo levar as toalhas, quem sabe ainda no carro ao lado, num sorriso encontrado num posto de combustível pela estrada. 

Fato que o amor é realmente combustível pra vida, o que resta é torcer pra encontrar poucos postos adulterados nos caminhos que eu e meu parceiro canino ainda devamos percorrer.

Nenhum comentário: