sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Cheiro de Chuva




Quando cheguei sem avisar, a casa estava vazia e a porta, trancada. 

Consegui abrir a janela e vi a cortina abraçar a chuva. Me distraí em alguns segundos pensando em como iria secar aquilo, mas, logo que a vi também pular pra dentro, percebi seu cabelo ficou enrolado de um jeito que só uma tempestade é capaz de deixar. 

Logo em seguida um estrondo anunciou a queda de energia elétrica. Girei apressado a tranca sentindo fortes investidas dos pingos raivosos com o vento.  

Apoiei o queixo dela no meu peito e senti seu abraço úmido marcar minha camiseta. Tempestades também abençoam. 

Um comentário:

Anônimo disse...
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