quinta-feira, 30 de julho de 2009

O amor ronda as esquinas da tua alma, não se deixe desavisar.



...Entrou no metrô e percebeu a menina no banco da frente sentada, vestindo uma sandália rosa, e um vestido de estampa.
Mas estava mais preocupado em ir pra casa e descansar, pensar em qual filme iria assistir na noite do sábado, e qual vinho iria comprar para se embriagar sozinho.
Não notou o sorriso nos lábios entreabertos da garota, q ia aproveitar a vida em mais uma festa com os amigos. E mesmo, se tivesse parado pra olhar a garota por duas ou três estações, não iria notar o seu sorriso.
Não era de seu agrado naquela hora , o sorriso de um sábado festivo.

Era uma escolha egoísta e sem graça.
Tinha a ambição de querer afundar em seu sofá, com amendoins japoneses espalhados por seu tapete, pelos chinelos alinhados á porta, pela boca q ecoava o sono quarto a dentro. Não queria senão repetir a mesma sensação desprovida de emoção escolhida para si mesmo.
O Inverno lhe afetava. E gostava disso.
Pensava q em determinados momentos encontrava melhor a si mesmo quando estava sozinho. Não tinha os problemas com as diferenças regadas pela sua ex namorada. Não tinha as preocupações q lhe enquadravam no ambiente familiar de seu ninho inicial.
Tinha saltado em voo, era dono de si mesmo.
Podia fazer as escolhas.
E aquela paz superficial e vazia era a sua escolha.
Sua cabeça navegava á vontade dos mares.


Sonhou com algo q lembrava um bordado pequeno em formato de flor, que se encaixava como um broche.
Aquilo tinha relação com algo que vira, não lembrava exatamente o quê.


Tomava o metrô todos os dias, e por sorte, certo dia viu e reconheceu a garota. Percebeu-lhe agora o broche de rosa de tamanho real, e a cor vermelho sangue nos cabelos, percebeu q tambem os olhos dela procuravam os seus. Tomou em si a convicção de conhecê-la, saber seu nome, intrometer-se na vida alheia. Mas era demasiadamente tímido pra estas situações.
Ensaiou uma abordagem simples, indireta. Era o máximo q sua insegurança poderia lhe proporcionar.
Veio a ideia de q ela poderia não lhe dirigir a palavra, mudar de banco, ou ainda ensaiar um escândalo no fundo do vagão.
Isso lhe excitou. Estava cansado de um dia desgastante, quando saiu do trabalho já depois das onze da noite, discutir com um colega, e ouvir as lamentações numa ligação de sua mãe.
Sentiu q precisava se desvencilhar um pouco da vida q o havia tomado. Pensar no vazio de sua casa lhe deixou enjoado.
Pensou q talvez sair e beber com os amigos fosse uma boa ideia, mas àquela hora seria difícil marcar algo.
Olhou um casal fazendo sexo atrás da escada rolante na estação Paraíso. Isso lhe deu inveja. Sabia q enquanto sua vida se resumia ao trabalho sem graça, aos amigos distantes, ao sofá desbotado de sua casa, as pessoas podiam ser felizes fazendo sexo nas estações de metrô.
Olhou para a garota novamente, desejou se aproximar. Aproveitou a deixa na estação Liberdade. Um casal de japoneses idosos entrou no vagão, ele ofereceu-lhes o lugar. Ficou em pé á frente da garota, a bolsa dela ocupava parte do banco ao seu lado. Ela percebeu o estranho em pé á sua frente, e ofereceu-lhe o banco.
Tudo certo.
Conseguiu.
Conheceu ela. Linda. Solteira. Feliz.
Admirou sua insegurança, suas frases com intervalos, desconexas.


Há tempos já não se importava em se aventurar com uma garota desconhecida, e suas ultimas experiências não lhe proporcionavam nostalgia.
A conversa informal se desenrolou. Percebeu q sua estação estava próxima. Trocaram telefones.
Chegou em casa, e antes de tirar a roupa para ir tomar banho , o telefone tocou.
_Alô - disse a voz doce
_Oi, q bom q ligou...


Conversaram por horas. Descobriu q ela vinha de uma cidade pequena no interior de Minas. Descobriu em suas palavras uma simplicidade colorida até então desconhecida no seu universo cinza, um sotaque cantado com canções leves e risadas tímidas.
Ela perguntou o q fazia aos fins de semana. Ele disse a verdade.
Ela riu.
_ O Mundo é um Sanatório, ofereça-lhe suas loucuras!
Ele aceitou.


Encontram-se finalmente no parque da Juventude. Conversaram sobre tudo, musica, família, descobriram q gostavam dos mesmos filmes, discordaram sobre o Hards Day Night, concordaram sobre o Sgt. Peppers - sim, é sensacional.
Ele percebeu q perto dela não tinha a necessidade de filtrar suas palavras, percebeu q se sentia tão a vontade como raras vezes aconteceu. Percebeu a mesma coisa no comportamento dela. O quanto se sentia a vontade também.
Mas não se beijaram. Ela queria cumplicidade, ele desejava descobrir cada vez mais.Ela queria ser cuidada, ele desejava toma-la sobre seus cuidados. Suas vontades se somavam.
Finalmente depois de alguns encontros conversaram sobre sexo. Ela era virgem, mas conversava a vontade sobre a situação. Era uma escolha q fizera. Não sabia dizer o pq, mas era a sua escolha.
Não encontrara muitos homens q despertaram nela a libido instintiva. Mas por suas palavras mostrou-se abertas a novas possibilidades. Ele entendeu.
Finalmente beijaram-se na despedida.
Ele ficou sonhando isso pela semana inteira.
Sua vida tomara um rumo inesperado, levava a um caminho novo, pelas curvas de uma estrada nova.


Percebeu então, q na verdade quando dormia no seu sofá desbotado e macilento, sonhava com aquele broche bordado de flor ao seu lado, e sentindo o perfume leve sobre aquela nuca de pele macia. Sabia q enquanto ficou perdido nos finais de semana sem graça q escolheu, na verdade estava esperando sozinho numa rodoviária vazia, por uma passageira q vinha em um onibus q se atrasou por tempo indeterminado. Mas que finalmente havia chego.

Entendeu q ás vezes para apressar a chegada de alguém, é necessário também apressar seus próprios passos.

(...)





Escrevi numa tarde chuvosa q não tinha nada pra fazer. Não terminei, pq simplismente não consigo terminar. Mas me deixa bem, ver q o personagem até o momento está se sentindo bem, e volta a sonhar.
=)

domingo, 12 de julho de 2009



"Eu sei que está rolando muita coisa em torno de uma coisa só, mas estou me referindo a outras. Porque na minha mente cabem muitas coisas."


Muito bom.


Tomei a liberdade. Desculpe.





Fechei os olhos pra entender o q estou vendo.
Olhei de todos os angulos , todas as formas.
Algo está sendo construido, e não sei seu nome ao certo.
As vezes mistura-se com o meu, as vezes mistura-se com o de muita gente.
Passo todo o tempo olhando.
E as vezes participo.
Pedra por pedra, vez a vez.
Algumas confusões brotam algumas vezes, mas gosto assim.
Tento conversar comigo , e procuro me entender ao tentar entender o q estamos construindo.
Se não podemos entender, continuamos tentando. Juntos.

Prefiro os Raros.



Gente virtuosa demais me desagrada.
Prefiro os imperfeitos.
Gosto daqueles que lutam pra não enlouquecer.
Preciso daqueles que têm medo, e ainda que de pernas bambas, seguem.
Sonho com aqueles que trazem a esperança por um fio.
Aqueles que não sabem rezar.
Aqueles que se perderam de si próprios.
Apaixono-me por aquela gente que traz um olhar perdido, como quem se prepara para dar adeus.
Gosto de gente que erra tanto, que consegue ousar sem neura.
Preciso de gente que ama e odeia; porque de indiferentes o mundo já está cheio.
Vibro com gente que não aceita desrespeito.
Anseio por gente que vai pras ruas, que toma tapa na cara e não dá a outra face.
Gente que num dia desiste e no outro tem fé.
Amo gente que ama sem se importar com o gênero.
Gente que salva desconhecidos.
Pessoa singular, irrepetível e indescritível..


terça-feira, 7 de julho de 2009

Dorrmir feliz aperrtando o nariz.


Hoje quando liguei o computador, depois de sapear rapidamente algumas noticias, coloquei aqui neste blog. Tive uma vontade gigantesca de escrever algo, mas nem sempre ter vontade significa ter o q escrever. Resolvi então dar uma lida no Rubens Paiva, mas tinha muita coisa sobre teatro, adoro teatro, mas sinceramente, não ao ponto de postar um trecho de uma peça. Dei uma passada no Pensador pra ler Veríssimo (L.F.), mas só achei uma cronica q me deu vontade de postar aqui, talvez ainda poste futuramente o texto q fala sobre "A Pessoa certa" (que na verdade é a errada ) haha, coisas de Veríssimo. Fiquei perdido então, dei uma relida em algumas coisas q escrevi e pude concordar mesmo q as coisas q eu escrevo são sempre subentendidas, mas, não acho isso ruim não. Pelo menos fica a critério de entender pra quem ler.
Dei uma voltada naquele post rapidinho, onde o Chaplin ta dormindo, e o qual eu disse esses dias (na verdade revelei ) q havia escrito numa circunstancia muito especial, e isso me trouxe um retorno maravilhoso, algo q talvez só encontrasse - como Chaplin na foto, sonhando.
Enfim, to enrolando tanto pq na verdade eu to bem eufórico, e queria descrever isso um pouco haha. E agora, por volta das 21:00 hs, eu tive o melhor motivo do mundo pra escrever sobre algo. O melhor motivo do mundo.

No fim de tarde fui á praia pra dar uma lida no livro mais recente q comprei. Prometi pra mim mesmo q iria começar e terminar ele na praia.
Na volta, passei na locadora e peguei o filme q desde o fim do ano passado to querendo assistir - Um Estranho no Ninho. Cheguei em casa e depois de tomar um banho fui pro sofá, deixei o celular no bolso, e liguei o aparelho. O filme é sensacional, na linguagem marketeira é de qualidade percebida Boa, ou seja, superou minhas expectativas iniciais, e não é pra menos, as pessoas q me indicaram ele nunca erraram em uma indicação de filme ou musica. Obrigado Su, obrigado Filé.
Mas, em meio a esse tempo algo q iria me deixar extasiamente feliz acontecia, ou pelo menos a tentativa de. Alguém, um pouco distante, com voz doce e suave, corpo cansado de um dia na labuta diária e com o sotaque mais doce do mundo pegava no gancho de um telefone pra discar os oito números correspondentes ao numero do meu celular. Por descuido, eu como disse ha pouco, deixei meu telefone no bolso, e este não conseguia captar nenhum pontinho mínimo de sinal da operadora. Ah, se eu soubesse...Poderia ter deixado o filme de lado e esperar durante o dia todo por tais segundos preciosos. Mas não aconteceu, e eu sem saber acabei deixando passar a oportunidade.
Vim pro quarto na batalha com minha conexão de Internet, na tentativa de entrar no msn e ver se encontrava por la alguém q fizera minha noite de sábado ainda em seu inicio a mais doce possível, só por dizer q iria dorrmir, isso mesmo, dorrmir. Haha (ri pra vc , e não de vc ).
Consegui me conectar e la estava , e la fomos nós pra dura luta com meu msn, na tentativa de um mínimo de conversa, algo q tem me feito tanta falta. Não consegui. Morri de ódio.
Fiquei parado atrás da porta do meu quarto fitando a tela do meu computador, e fumando um cigarro imaginário. Quando de repente aconteceu.
Strokes cantando Last Nite escandalosamente no meu celular e revelando um numero desconhecido ,mas q soube na hora de onde vinha:
_Haha, ce é doida me ligar meo
_Hahaha
_(Pensando comigo, como é bom ter a certeza desse sorriso! )...

E daí pra frente, um pouco de timidez, um pouco de entusiasmo, e a vontade de ficar em silencio e pedir pra ela cantar todas as musicas que ela gosta dos Beatles e talvez saiba de cór, só pra ter oportunidade de ficar ali parado, ouvindo aquela voz...

Escrevi tudo isso só pra te agradecer mesmo. Geralmente eu evito ser o máximo direto nas coisas q escrevo, pq gosto quando cada um toma algo pra si, e ultimamente eu venho descobrindo q este blog ta sendo lido por pessoas bacanas, e to muito feliz por isso.

Te disse q desde quando vc apareceu a primeira vez em Outubro de 2008, a única coisa q eu consigo fazer é falar sem parar. Haha, graças a vc ( ou por culpa sua ) esse meu entusiasmo virou esse texto todo.

Obrigado meu anjo.
=)