terça-feira, 10 de agosto de 2010

Você me avisar, me ensinar, falar do que foi pra você...


Com a cabeça nas nuvens que agora estavam cinzas e o abraço apertado ao corpo dela, Carlos tentava entender naquelas palavras tão pesadas que ouvira há alguns minutos, as coisas como elas realmente eram. Carlos sabia que por mais que insistisse tentar entender os sentimentos que agora povoavam o coração de sua amada, não conseguiria se colocar no lugar dela de forma tão consciente e honesta.
Depois de alguns instantes onde eles eram apenas eles e nada mais, Carlos baixou suas armas e abriu seus ouvidos, estava ali para entender justamente aquilo que vinha buscando.
As coisas nunca foram fáceis, é verdade, mas Carlos ainda recebia nos seus olhos tudo aquilo que veio se acumulando desde o primeiro instante em que a viu, e não era aquilo que ela realçava com o peso aveludado do que ouvia. Era algo a mais, e embora fosse o suficiente para ficar por ali durante o tempo que precisasse, Carlos tomara a decisão de seguir o último instante e respeitar aquilo que o peso das coisas ruins têm de ter, era assim que deveria lembrar de tudo, era assim que deveria esquecer daqueles minutos onde escolheram serem apenas eles. 


_...vai lá, pessoa de verdade, entra por este portão de verdade, abre aquela porta de vidro de verdade, aperta o botão do elevador de verdade e suba de verdade...
_...ainda bem que eu sou de verdade...
_... acho que se não fosse eu te inventaria.