
Às quatro da manhã ele gritou e vibrou, cantou só pra mim. Era meu rito de despertar. Mal pude levantar a cabeça, e despencar o braço desligando ele por um tempo. Meus olhos eram mais pesados que qualquer despertador, fechei eles sem perceber de novo, e a hora passou rápida e com raiva.
Tenho brigado comigo mesmo nessa nova rotina de dormir minhas três horinhas diárias. Confesso que venho falhando no embate. Nem meu prazer de estar empregado novamente, fazendo algo que soa como brincadeira de criança faz com que meu corpo me obedeça sempre. Mas é só o começo.
Isso pode ser bom ou não.
Tenho percebido que uma coisa empurra a outra. Um copo de cerveja no boteco, onde vc olha pro copo e enxerga sua memória através dele pode ser bem vindo. Usar estas lembranças é q vai fazer alguma diferença.
Não se pode dizer: Ah, eu não lembrava.
Se sua carência te leva por um caminho e vc aceita, então vc é consciente de suas escolhas. Mas essas coisas são complicadas, tem muito mundo no mundo.
Hoje eu só queria sentar em meio aquela calmaria, sentir a água salgada lavando minha alma, olhar pro céu e não fazer pedido nenhum. Só agradecer.